no ano passado fiz uma postagem falando um pouco do dia do meu casamento e acabei dizendo que quem foi, nunca esqueceu. aconteceram tantas coisas que ainda sobrou assunto para uma outra postagem, ano passado falei da chuva torrencial e da chegada na igreja, hoje vou falar da entrada na igreja, que não foi menos desastrada.
imaginem a cena, a noiva chegando correndo na porta da igreja, com os sapatos em uma das mãos, guarda chuva, um pequena toalha, levemente encharcada e atordoada, com o vestido suspenso por fitas ( baby fix que foram compradas numa farmácia durante o trajeto para a igreja), logo em seguida chega o irmão correndo , amparando o avô velhinho, com a faixa que complementava o vestido e o buquê.
eu optei por casar com um vestido simples off white com pequenos bordados no decote e na barra, porém os sapatos eram cobertos de cetim verde e o único complememto do vestido era uma faixa na cintura com laço e pontas enormes no mesmo tom dos sapatos.
continuando, nem preciso dizer, que não era usual ter cerimonial na porta da igreja, os padrinhos ficavam no altar,quanto a noiva era apenas chegar, acompanhada de uma amiga ( a minha chegou atrasada e encharcada) conferir se estava tudo em ordem, aguardar o coral dar o sinal e entrar, mas isto para situações normais...
no meu caso, eu precisava, soltar o vestido, me secar parcialmente, ajustar novamente o véu, trocar os sapatos e colocar a faixa, tudo sozinha!!! a esta altura eu nem sabia se meus pais já tinham conseguido chegar na igreja, pois vinham em outro carro, se eu que era a noiva, tive dificuldades de chegar no meu próprio casamento imagine os outros....
fui me arrumando como podia, quando a Elizete, esposa de um amigo de faculdade do marido, apareceu e me deu uma mão, quando íamos começar a colocar a faixa, com meu pai já do meu lado, a porta se abriu antes do previsto e começou tocar a marcha, todos os convidados se voltaram para a porta, diante disto não teve mais solução, foi esquecer a faixa da cintura, abrir um sorriso, calmamente e tranquilamente caminhar para o altar, esquecer que o tão sonhado vestido estava incompleto (até hoje, tem gente que não entendeu porque eu os sapatos eram verdes...) e que a ultima meia hora tinha quase tão torrencial quanto ao temporal, afinal era o dia do meu casamento e eu estava muito feliz!
hoje, vinte e cinco depois, como naquele dia, no casamento, na vida, no trabalho, na saúde, continuo agindo da mesmo forma, não com o mesmo vigor de outrora para correrias meio a temporais, mas, buscando soluções possíveis e palpáveis para as tempestades que surgem sem aviso prévio, se não dou conta de encontrá-las, pelo menos procuro não perder a minha fé, o meu bom humor, a minha alegria, o meu sorriso e a certeza que o sol vai voltar a brilhar e um novo arco íris irá se formar...