para o dia internacional das mulheres, achei oportuno compartilhar parte da palestra atribuída a jornalista e colunista mineira Leila Ferreira.
espero que gostem.
feliz dia da mulheres!!
Se
eu tivesse que escolher uma palavra - apenas uma - para ser item obrigatório no
vocabulário da mulher de hoje, essa palavra seria um verbo de quatro
sílabas:
descomplicar.
Depois de infinitas (e
imensas) conquistas, acho que está passando da hora de aprendermos a viver com
mais leveza:
exigir menos dos outros e de nós próprias, cobrar menos,
reclamar menos, carregar menos culpa, olhar menos para o
espelho.
Descomplicar talvez seja o atalho mais seguro para chegarmos à
tão falada qualidade de vida que queremos - e merecemos - ter.
Mas há
outras palavras que não podem faltar no kit existencial da mulher
moderna.
Amizade, por exemplo.
Acostumadas a concentrar nossos sentimentos
(e nossa energia...) nas relações amorosas, acabamos deixando as amigas em
segundo plano.
E nada, mas nada mesmo, faz tão bem para uma mulher quanto
a convivência com as amigas.
Ir ao cinema com elas (que gostam dos mesmos
filmes que a gente), sair sem ter hora para voltar, compartilhar uma caipivodca
de morango e repetir as histórias que já nos contamos mil vezes - isso, sim, faz
bem para a pele.
Para a alma, então, nem se fala.
Ao menos uma vez
por mês, deixe o marido ou o namorado em casa, prometa-se que não vai ligar para
ele nem uma vez (desligue o celular, se for preciso) e desfrute os prazeres que
só uma boa amizade consegue proporcionar.
E, já que falamos em desligar o
celular, incorpore ao seu vocabulário duas palavras que têm estado ausentes do
cotidiano feminino: pausa e silêncio.
Aprenda a parar, nem que seja
por cinco minutos, três vezes por
semana, duas vezes por mês, ou uma vez por
dia - não importa - e a ficar em silêncio.
Essas pausas silenciosas nos
permitem refletir, contar até 100 antes de uma decisão importante, entender
melhor os próprios sentimentos, reencontrar a serenidade e o equilíbrio quando é
preciso.
Também abra espaço, no vocabulário e no cotidiano, para o verbo
rir.
Não há creme anti-idade nem botox que salve a expressão de uma mulher
mal-humorada.
Azedume e amargura são palavras que devem ser banidas do nosso
dia a dia.
Se for preciso, pegue uma comédia na locadora, preste atenção na
conversa de duas crianças, marque um encontro com aquela amiga engraçada - faça
qualquer coisa, mas ria.
O riso nos salva de nós mesmas, cura nossas
angústias e nos reconcilia com a vida.
Quanto à palavra dieta,
cuidado: mulheres que falam em regime o tempo todo costumam ser péssimas
companhias.
Deixe para discutir carboidratos e afins no banheiro feminino
ou no consultório do endocrinologista.
Nas mesas de restaurantes, nem
pensar.
Se for para ficar contando calorias, descrevendo a própria culpa e
olhando para a sobremesa do companheiro de mesa com reprovação e inveja, melhor
ficar em casa e desfrutar sua salada de alface e seu chá verde
sozinha.
Uma sugestão?
Tente trocar a obsessão pela dieta por outra
palavra que, essa sim, deveria guiar nossos atos 24 horas por dia:
gentileza.
Ter classe não é usar roupas de grife: é ser
delicada.
Saber se comportar é infinitamente mais importante do que saber se
vestir.
Resgate aquele velho exercício que anda esquecido: aprenda a
se colocar no lugar do outro, e trate-o como você gostaria de ser
tratada,
seja no trânsito, na fila do banco, na empresa onde trabalha, em
casa, no supermercado, na academia.
E, para encerrar, não deixe de
conjugar dois verbos que deveriam ser indissociáveis da vida: sonhar e
recomeçar.
Sonhe com aquela viagem ao exterior, aquele fim de semana na
praia,
o curso que você ainda vai fazer, a promoção que vai conquistar um
dia, aquele homem que um dia (quem sabe?) ainda vai ser seu, sonhe que está
beijando o Brad Pitt ...
sonhar é quase fazer acontecer.
Sonhe até que
aconteça.
E recomece, sempre que for preciso:
seja na carreira, na
vida amorosa, nos relacionamentos familiares.
A vida nos dá um espaço de
manobra: use-o para reinventar a si mesma.
E, por último (agora, sim,
encerrando), risque do seu Aurélio a
palavra perfeição.
O dicionário
das mulheres interessantes inclui fragilidades,
inseguranças,
limites.
Pare de brigar com você mesma para ser a mãe perfeita, a dona de
casa impecável, a profissional que sabe tudo, a esposa nota mil.
Acima de
tudo, elimine de sua vida o desgaste que é tentar ter coxas sem celulite, rosto
sem rugas, cabelos que não arrepiam, bumbum que encara qualquer
biquíni.
Mulheres reais são mulheres imperfeitas.
E mulheres que se
aceitam como imperfeitas são mulheres livres.
palestra atribuída a jornalista Leila Ferreira