sábado, 16 de junho de 2012

para refletir com Adélia Prado: com licença poética

minha tão querida amiga Catarina me brindou com um pouco de Adélia Prado, gostei tanto que não pude deixar de compartilhar com vocês.
espero que gostem!


pé de café do quintal
 
Com licença poética

Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo.  Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
— dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.
             Adélia Prado
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5 comentários:

  1. Oi já estou te seguindo e acho que você vai gostar de seguir meu blog também! www.camilagt.blogspot.com

    Beijos

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  2. Olá Ângela,
    Muito bom gosto, lindo e adequado brinde.
    Beijo, bom domingo,
    Vânia

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  3. Amei e agradeço por compartilhar, abraços carinhosos de Maria Teresa

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  4. Oi amada, espero que o frio não esteja piorando suas dores. Desejo que prontamente se restabeleça.
    Amo-te

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  5. Adoro Adélia Prado, com certeza acertou em cheio com esta poesia por aqui.

    Beijos

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